Uma noite assim, bem escura, bem fria, gelada, chuvosa. E eu lembro que eu estava todo molhado na chuva, pedindo pra ela ter misericórdia de mim e não não deixar minha mãezinha ir embora e eu ficar sozinho, órfão aqui na terra. E Nossa Senhora me ajudou, me ajudou e o milagre foi tão bem feito por ela que a minha mãe está viva até hoje e nunca mais teve aquele, né? Aquele negócio horrível que ela teve no coração, aquele dia nunca mais. Então. Passa se um filme na minha cabeça. Eu lembro até de eu voltando da cidade a pé, que eu não tinha dinheiro nem pra pagar o ônibus. Gente, e eu tentei procurar um médico assim. No, no, no NCS, no público. Pra minha mãe, naquela época não consegui. Só tinha para dali a dois meses e nem eu falando mais. A minha mãe está tão mal. Ela está se sentindo mal há dias. Eu não posso esperar dois meses, senão ela vai morrer, eles disseram. Lamento, Não podemos fazer nada. Dinheiro para pagar médico particular não tinha. Então eu lembro que eu estava voltando da cidade, na estrada que vem aqui pro meu bairro chorando. Eu lembro até que eu passei em frente de uma capelinha que tinha no caminho da cidade pra cá, uma capelinha cor de rosa que hoje não existe mais. E eu lembro que eu tava até passando ali. Olhei pra aquela capelinha chorando e assim no meu coração, pedindo pra Deus me ajudar de alguma forma, porque eu não sabia o que fazer. E aí quando eu cheguei em casa, não achei minha mãe.
Já fiquei preocupada. Se não está aqui é porque não está bem, porque quando a minha mãe não estava bem, a primeira coisa que ela fazia era correr pra casa da minha avó pra cá, perto da minha avó, pra ficar perto da mãe. É uma coisa instintiva, essa do ser humano. Quando a gente tem algum perigo que nos ameaça, a gente parece que corre pra mãe, né? E ela tinha esse costume. Taí, falei. Deve estar lá. Quando eu cheguei lá, Nossa Senhora. Estava. Estava caída no chão, tremendo, ficando completamente roxa, sem ar. E ela dizendo chorando Eu estou morrendo, Estou morrendo. O que vai ser dos meus filhos? E sabe quando você sente que a pessoa está indo mesmo? Você tem aquele pressentimento? Eu tive. Nunca tinha tido aquilo em toda minha vida. Mas naquele dia, naquele momento, eu tive um pressentimento no meu coração dizendo Se despede dela porque ela está indo. Aí me deu uma coisa não sei. Pensei vou, vou correr, vou chamar uma ambulância, vou tentar salvar. E nisso que eu saio pra fora, caio de joelhos, faço aquela oração pra Nossa Senhora. Sinto. Aquela sensação de paz, de tranquilidade, que alguém estava cuidando de mim assim. Senti uma paz incrível. É quando eu entro pra dentro da casa da minha avó. Ela estava começando a melhorar e foi tão rápido, tipo assim, coisa de dez minutos mais ou menos, não lembro direito, mas foi bem rápido e ela estava assim normal. Eu não fui na escola naquele dia à noite, porque.
Eu fiquei vigiando para ver se não ia ter aquilo de novo. Mas ao mesmo tempo, no meu coração, eu sentia que não ia ter mais. Que Nossa Senhora tinha me atendido, né? E atendeu mesmo. E minha mãe foi curada e nunca mais teve nada, né? E depois, como eu falei no meu testemunho, mais tarde eu perguntei pra Nossa Senhora se ela tinha curado a minha mãe. Ela respondeu que sim. Então, quando Nossa Senhora disse isso acabou e falei Não, enquanto eu viver eu vou falar pra todo mundo da bondade dessa mãe para comigo que ela fez por mim. Vou contar todo mundo o que ela fez e também vou rezar o terço, Rosário e tudo o que eu puder fazer para que todo mundo conheça essa mãe cheia de amor, eu vou fazer. E eu estou aqui. Sou 28 anos. Eu estou aqui fazendo aquilo que eu prometi, falando pra vocês do que ela fez por mim, contando a vocês o que ela fez por mim. E estou aqui procurando fazer tudo o que eu posso pra servi la e para levar o amor dela a todos e todos. Conheçam essa mãe cheia de amor que nós temos e que Jesus nos deu.